Valor de locação do imóvel: O que considerar antes de definir o preço?

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Colocar um imóvel para alugar exige mais do que boa localização e fotos bem feitas. Saber definir o valor de locação do imóvel de forma justa e alinhada ao mercado é o que garante resultados reais. E isso tem sido cada vez mais relevante: segundo dados da InfoMoney, entre janeiro e maio de 2025, o preço médio do aluguel residencial subiu 5,13%. O número é quase o dobro da inflação do período, que foi de 2,75% pelo IPCA.

Com o mercado em movimento constante, acertar no preço é o que permite atrair bons inquilinos, reduzir vacância e manter uma carteira saudável. A seguir, veja o que considerar, como calcular e como explicar esse valor para o cliente de forma clara e segura.

Por que o valor de locação de imóvel varia tanto?

Achar que todo imóvel parecido deve custar o mesmo é um erro mais comum do que parece. Embora muitos busquem uma “tabela padrão” para definir preços, o valor cobrado pelo aluguel depende de vários fatores e muda com frequência.

O chamado valor de locação do imóvel representa quanto o proprietário pode cobrar, de forma justa e competitiva, pelo uso do imóvel durante um período. Esse número não é fixo nem segue uma fórmula única. Ele varia conforme a região, o perfil do imóvel, o estado de conservação, a demanda local, entre outros aspectos.

Também é preciso ressaltar que o mercado oscila. Em determinadas épocas do ano, a procura aumenta, em outras, cai. Isso também afeta diretamente os preços praticados. Por isso, entender esse conceito com clareza é extremamente importante para que a imobiliária possa orientar seus clientes de forma realista e estratégica, evitando expectativas desalinhadas.

Quais fatores influenciam diretamente no valor de locação?

O preço do aluguel é construído com base em diversos critérios que, somados, indicam quanto o imóvel vale no mercado. Para chegar a um valor coerente, é preciso olhar com atenção para o imóvel em si, mas também para o que está ao redor e para o momento do mercado. Esses fatores ajudam a evitar distorções e facilitam a negociação com o proprietário:

  • localização — bairros com boa infraestrutura, segurança, comércio e fácil acesso a transporte público costumam ter preços mais altos;
  • tamanho do imóvel — a metragem impacta diretamente no valor, especialmente em áreas com alta demanda por imóveis maiores ou menores;
  • estado de conservação — imóveis bem cuidados, com pintura em dia, instalações funcionando e acabamento atual valorizam o preço;
  • tempo de uso — imóveis mais novos tendem a ser mais atrativos e, por isso, podem ter aluguel mais elevado;
  • vaga de garagem — presença de vaga, especialmente em regiões com pouco estacionamento disponível, aumenta o valor;
  • área comum e serviços — em condomínios, a estrutura oferecida (salão de festas, portaria, academia) também pesa no cálculo;
  • oferta e demanda — se há muitos imóveis disponíveis e poucos interessados, o preço cai. Quando a procura é alta, o aluguel sobe;
  • tipo de imóvel — casas, apartamentos, kitnets e coberturas têm perfis de locação diferentes, com valores que variam conforme o público-alvo;
  • mobiliado ou não — imóveis mobiliados costumam ter valor de aluguel maior, por atenderem a uma demanda mais específica.

Como calcular o valor de locação do imóvel de forma estratégica?

Há vários métodos para calcular o valor de locação e eles podem ser aplicados de maneira bem simples. O mais comum é usar um percentual sobre o valor de mercado do imóvel. Esse percentual varia entre 0,4% e 0,7% ao mês. Imóveis com localização privilegiada, conservação impecável e boa demanda costumam ficar mais próximos do teto dessa faixa. Já imóveis com pouca procura ou pontos negativos tendem a ficar na base.

Imagine um apartamento avaliado em R$ 600.000. Aplicando uma taxa de 0,5%, chega-se a um valor de R$ 3.000 de aluguel mensal. Mas esse número ainda precisa ser ajustado com base em fatores como o perfil do público, imóveis semelhantes na região e comportamento da concorrência.

Outro método muito usado é a comparação direta com outros imóveis semelhantes anunciados na mesma região. Essa prática, chamada de análise comparativa de mercado, oferece dados reais de imóveis parecidos em termos de localização, metragem e características. Quanto mais referências, mais próximo da média se fica.

O ideal é combinar os dois métodos: partir de um percentual realista e confirmar esse número com base na concorrência. Assim, a precificação fica mais sólida, ajuda a reduzir o tempo de vacância e fortalece a percepção de profissionalismo da imobiliária.

Quando e como atualizar o valor da locação?

Com o tempo, o valor cobrado pelo aluguel pode deixar de refletir o que está acontecendo no mercado. É por isso que o reajuste e a revisão do contrato são etapas importantes na gestão da locação e não devem ser ignoradas.

O reajuste é o mais conhecido. Ele costuma ser feito uma vez por ano, sempre na data de aniversário do contrato, e segue um índice previsto no documento. O mais comum é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), mas muitos contratos mais recentes adotam o IPCA. Isso evita distorções em períodos de alta instabilidade econômica.

A revisão acontece quando o valor atual está muito fora da média praticada na região. Pode ser solicitada por qualquer uma das partes, desde que o contrato tenha pelo menos três anos. Nesses casos, é possível renegociar o valor para que fique mais coerente com o mercado local.

Imagine um imóvel com aluguel de R$ 2.000, reajustado anualmente pelo IPCA. Se, no último ano, o índice acumulado foi de 4,5%, o novo valor passa a ser R$ 2.090. Já se o proprietário percebe que imóveis semelhantes estão sendo alugados por R$ 2.400, ele pode propor uma revisão. Mas essa alteração só pode ser feita judicialmente ou mediante acordo.

O papel da imobiliária, nesses casos, é explicar a diferença entre os dois mecanismos, aplicar corretamente o reajuste previsto em contrato e, quando necessário, mediar uma revisão justa para ambos os lados.

Como justificar o valor da locação para o proprietário e o inquilino?

Justificar o valor de um aluguel é mais do que apresentar uma planilha com números. O que realmente convence é o contexto por trás de cada dado. E, para isso, a imobiliária precisa mostrar domínio técnico e sensibilidade para adaptar a conversa conforme o perfil do interlocutor. A seguir, veja como abordar esse processo corretamente.

Mostre referências reais do mercado

Apresentar imóveis semelhantes, com valores parecidos, ajuda a mostrar que o preço proposto não foi tirado do nada. A comparação com imóveis da mesma região, com metragem, número de quartos e características parecidas, torna o argumento mais palpável.

Isso é ainda mais útil com proprietários que têm uma expectativa acima do mercado. Quando eles veem que outros imóveis similares estão sendo anunciados (ou alugados) por valores parecidos, o convencimento se torna mais natural. O mesmo vale para o inquilino, pois ao perceber que o valor está dentro da média, ele tende a confiar mais na negociação.

Explique os critérios usados na avaliação

Pouca gente sabe, de fato, o que define o valor de um aluguel. Por isso, esclarecer os principais pontos que influenciam o cálculo, como localização, estado de conservação, tempo de uso, estrutura do prédio e perfil da região, ajuda a tirar o peso da subjetividade.

Quando a imobiliária detalha esses critérios com clareza, ela mostra que não está apenas “chutando” um número. Está fazendo uma análise técnica, baseada em fatores reais. Isso traz mais credibilidade para a proposta, principalmente quando existem justificativas para manter o valor acima ou abaixo da média da região.

Ajuste o discurso conforme o perfil do cliente

A forma de argumentar muda conforme o público. Com o proprietário, é mais eficaz falar sobre rentabilidade, tempo médio de vacância, atratividade do imóvel no mercado e preservação do patrimônio. Já com o inquilino, o foco deve estar no custo-benefício, na qualidade do imóvel e na compatibilidade com o que se encontra na região.

Usar uma linguagem adequada para cada perfil torna a explicação mais eficaz e evita a sensação de imposição. O tom da conversa precisa ser consultivo, e não comercial.

Adote uma postura orientadora, não impositiva

Mais do que defender um valor, o papel da imobiliária é orientar. Isso significa escutar o cliente, entender suas dúvidas e apresentar os dados como um caminho possível, e não como uma imposição. Quando a abordagem é feita com transparência e clareza, o cliente se sente mais à vontade para negociar, mesmo que inicialmente discorde do valor.

Uma postura consultiva aproxima, constrói confiança e fortalece o papel da imobiliária como referência no processo.

Use ferramentas de apoio para embasar a proposta

Relatórios de avaliação, planilhas comparativas e até prints de anúncios ativos são recursos simples, mas eficazes para sustentar a proposta de valor. Quando o cliente visualiza essas informações organizadas, ele percebe que houve um processo técnico por trás da definição do preço.

Ferramentas digitais de precificação, como as oferecidas por plataformas de gestão imobiliária, também contribuem para dar mais segurança à análise. Além disso, essas ferramentas demonstram que a imobiliária está atualizada e alinhada com boas práticas do setor.

Em que situações vale a pena ajustar o valor da locação?

Nem sempre o valor definido no início da locação continua adequado com o passar do tempo. O mercado muda, a demanda oscila, e o próprio imóvel pode ganhar ou perder atratividade. Por isso, entender quando vale ajustar o valor do aluguel é importante para manter o imóvel competitivo e a locação saudável.

A correção para cima costuma ser indicada quando há alta procura na região, poucas ofertas similares e o valor atual está abaixo da média de mercado. Isso também acontece quando o imóvel passa por melhorias relevantes, como reformas, modernização da cozinha ou instalação de armários planejados. Nesses casos, o reajuste ajuda a acompanhar a valorização real do bem.

Por sua vez, a redução pode ser uma boa estratégia em períodos de alta vacância, mudanças no perfil da vizinhança, excesso de imóveis disponíveis ou quando o imóvel começa a perder atratividade por falta de manutenção. Manter o preço alto demais pode resultar em longos períodos sem locação e isso gera prejuízos maiores.

O mais importante é acompanhar o mercado com frequência, avaliar o desempenho da carteira e manter o diálogo aberto com o proprietário. Um ajuste bem feito pode melhorar a ocupação, evitar renegociações forçadas e garantir mais estabilidade na gestão.

Quais ferramentas ajudam a definir o valor de locação do imóvel?

Definir o valor ideal de um aluguel exige mais do que intuição. Hoje, com a tecnologia ao alcance da gestão imobiliária, é possível contar com ferramentas que tornam esse processo mais preciso, ágil e baseado em dados reais do mercado.

Entre os recursos mais usados estão os sistemas de avaliação comparativa, que analisam imóveis similares na mesma região e ajudam a identificar a média praticada. Plataformas de gestão também oferecem painéis com informações sobre vacância, tempo médio de locação e comportamento da carteira, o que permite tomar decisões mais estratégicas.

Ferramentas integradas como a da Universal Software vão além: reúnem dados financeiros, cruzam informações de contratos ativos e fornecem relatórios completos que apoiam a precificação. Isso facilita a conversa com o proprietário e dá mais segurança para definir o valor mais adequado.

Além disso, a integração com portais de anúncio permite acompanhar, em tempo real, como os imóveis concorrentes estão posicionados. Essa visão ampla evita distorções e reduz o tempo de imóvel parado.

Contar com esse tipo de solução é o que torna a precificação uma ação técnica e não uma aposta. E quanto mais embasada for essa análise, maior a confiança na hora de apresentar o valor ao cliente.

Definir o valor certo fortalece a performance da sua locação

Um valor mal calculado pode travar a locação de um imóvel que tinha tudo para sair rápido. Do mesmo modo, um preço bem definido, com base em dados e leitura de mercado, abre caminho para contratos mais duradouros e clientes mais satisfeitos. No fim das contas, o valor de locação do imóvel é uma decisão estratégica que impacta diretamente na performance da carteira e na credibilidade da imobiliária.

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