Reparos no imóvel: De quem é a responsabilidade e o que diz a lei?

Tempo de leitura: 12 minutos

De quem é a responsabilidade por reparos no imóvel é uma das dúvidas que mais aparecem em contratos de locação. Quando uma torneira quebra, a pintura descasca ou um eletrodoméstico dá defeito, a dúvida surge de imediato: quem deve pagar pelo conserto, o inquilino ou o proprietário? Essa incerteza, se não for bem conduzida, pode gerar atritos e desgastar a relação entre as partes.

A boa notícia é que a legislação já traz critérios claros para diferenciar o que é obrigação do locador e o que cabe ao locatário. Mas, o bom senso e a prática do mercado também ajudam a resolver situações específicas.

Quer entender como aplicar essas regras no dia a dia e evitar conflitos desnecessários? Vamos detalhar como aplicar as regras de forma prática e manter a relação saudável. Confira!

O que diz a Lei do Inquilinato sobre reparos no imóvel?

Quando surgem dúvidas sobre reparos em imóveis alugados, o primeiro passo é olhar para a legislação que rege essas relações: a Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91). Ela traz regras claras sobre conservação do imóvel e responsabilidades de cada parte.

De acordo com a lei, o proprietário tem o dever de entregar o imóvel em condições adequadas de uso, ou seja, habitável e em bom estado para moradia ou atividade a que se destina. Isso inclui desde a parte estrutural até instalações essenciais como elétrica e hidráulica.

Por outro lado, o inquilino assume a responsabilidade de conservar o imóvel durante o período de locação. Isso significa que deve zelar pela manutenção do espaço e devolver o bem nas mesmas condições em que recebeu, salvo o desgaste natural decorrente do uso normal.

Na prática, a regra geral é simples: o locador garante que o imóvel esteja pronto para ser utilizado, e o locatário deve cuidar para mantê-lo nessas condições até o fim do contrato. Essa divisão evita dúvidas e serve como base para resolver a maioria dos conflitos relacionados a reparos.

De quem é a responsabilidade pelos reparos no imóvel alugado?

Essa é a pergunta que mais gera discussão entre locadores e locatários. Afinal, quando um problema aparece, a primeira reação costuma ser a de transferir a responsabilidade para o outro lado.

Porém, como comentamos, a Lei do Inquilinato e a prática do mercado já estabelecem critérios bem definidos para separar o que cabe ao proprietário e o que deve ser assumido pelo inquilino. Entender essas diferenças evita conflitos, facilita a gestão de contratos e garante mais transparência para todos os envolvidos.

Responsabilidade do locador

Cabe ao proprietário garantir que o imóvel esteja em condições adequadas de uso desde o início do contrato. Isso significa entregar a propriedade sem defeitos estruturais ou problemas que inviabilizem a moradia ou o funcionamento. Entre os reparos de responsabilidade do locador estão:

  • problemas estruturais como rachaduras, fissuras ou questões relacionadas à fundação;
  • instalações elétricas e hidráulicas comprometidas pelo desgaste natural do tempo;
  • vazamentos e infiltrações que surgem por causa da idade da construção ou falhas anteriores, e não pelo mau uso do inquilino;
  • reparos antes da entrega, pois o imóvel deve ser entregue em pleno funcionamento, sem necessidade de ajustes imediatos por parte do locatário.

Essas responsabilidades reforçam o dever do proprietário de oferecer um imóvel habitável, seguro e em conformidade com o que foi acordado.

Responsabilidade do locatário

O inquilino, por sua vez, tem a obrigação de conservar o imóvel durante a locação. Isso significa assumir pequenos reparos decorrentes do uso diário e cuidar para que o bem seja devolvido em condições semelhantes às da entrega. Entre os pontos que ficam sob responsabilidade do locatário estão:

  • pequenos consertos do dia a dia, como troca de lâmpadas, conserto de torneiras, fechaduras e reparos simples;
  • reparos causados por mau uso, como danos em pisos, paredes, portas ou equipamentos resultantes de descuido;
  • manutenção preventiva durante o contrato, incluindo a limpeza de ralos, caixas de gordura, pintura de conservação quando necessária e cuidados gerais com o imóvel;
  • devolução no estado original, respeitando a regra de entregar o bem como foi recebido, exceto pelo desgaste natural decorrente do tempo de uso.

Assim, o inquilino não precisa arcar com reformas estruturais, mas deve evitar que o imóvel sofra deteriorações por falta de cuidado. Essa divisão é a chave para manter relações equilibradas e garantir que cada parte cumpra o papel que lhe cabe

Qual a diferença entre desgaste natural e dano causado?

Essa é uma distinção indispensável para evitar discussões entre locador e locatário. O desgaste natural acontece pelo simples uso do imóvel ao longo do tempo, sem que haja descuido ou mau uso. Já o dano causado surge quando há falta de cuidado, uso inadequado ou negligência. A diferença pode parecer sutil, mas é o que define quem deve arcar com os reparos.

Na prática, a tinta que perdeu o brilho com os anos de exposição ao sol é desgaste natural, enquanto marcas de pregos e buracos feitos em várias paredes caracterizam dano causado. Uma torneira que já não fecha tão bem porque o uso foi contínuo faz parte do desgaste normal, mas uma torneira quebrada por força excessiva entra como dano. O mesmo vale para os móveis: riscos leves em armários ou mesas tendem a ser aceitos como consequência do tempo, mas peças rachadas ou destruídas evidenciam descuido do inquilino.

É nesse ponto que entram o bom senso e a vistoria. Quando o contrato termina, um laudo detalhado ajuda a separar o que é efeito do tempo daquilo que representa falta de zelo. Isso dá clareza às responsabilidades, evita atritos desnecessários e garante que cada parte arque apenas com o que realmente lhe cabe.

Reparos no imóvel

Como a vistoria ajuda a evitar conflitos sobre reparos?

Poucas etapas são tão decisivas em um contrato de locação quanto a vistoria. É ela que cria a linha de comparação entre o estado em que o imóvel foi entregue e como ele deve ser devolvido no final do contrato. Quando bem feita, essa prática reduz discussões, dá respaldo jurídico e protege tanto o proprietário quanto o inquilino.

A vistoria de entrada garante que todos os detalhes do imóvel sejam registrados no momento em que o inquilino assume a posse. Já a vistoria de saída mostra em que condições ele está sendo devolvido, permitindo identificar se houve apenas desgaste natural ou danos que exigem reparo.

Por isso, é extremamente importante registrar essas informações em detalhes. Fotos, vídeos, descrições minuciosas e a assinatura de ambas as partes formam um dossiê completo, que serve como prova em caso de questionamentos. Essa documentação evita que lembranças imprecisas ou interpretações subjetivas gerem conflitos.

Hoje, a tecnologia tornou essa etapa ainda mais prática. Aplicativos e sistemas digitais permitem criar relatórios completos, com imagens anexadas e histórico organizado em nuvem. Um bom exemplo é o APP Vistoria do Imoview, que ajuda imobiliárias a registrar todas as informações com rapidez e segurança.

Com a ferramenta, é possível documentar cada detalhe, armazenar de forma centralizada e compartilhar relatórios de maneira transparente com locador e locatário.

Além de proteger juridicamente, a vistoria bem conduzida transmite profissionalismo e seriedade. Mostra que a imobiliária atua com clareza e imparcialidade, reduzindo desgastes e fortalecendo a confiança entre todos os envolvidos no contrato de locação.

Como lidar com reparos durante o contrato de locação?

Imprevistos acontecem e, em muitos casos, é durante o contrato que surgem reparos no imóvel. O ponto crucial para evitar desentendimentos é a comunicação imediata. Assim que identificar um problema, o inquilino deve avisar a imobiliária ou o proprietário, descrevendo a situação com clareza.

Como comentamos, também é necessário registrar o problema. Fotos, e-mails ou mensagens ajudam a documentar a ocorrência e servem como prova em caso de dúvida futura. Essa documentação facilita a avaliação sobre quem deve assumir o custo do conserto.

Outro passo importante é o acordo prévio: antes de contratar um prestador de serviços, é preciso alinhar quem executa o reparo e quem será responsável pelo pagamento. Essa definição evita mal-entendidos e garante que a solução esteja dentro do que foi pactuado no contrato.

O ideal é nunca agir por conta própria sem combinar antes. Tomar essa iniciativa pode gerar despesas inesperadas ou até conflitos sobre a qualidade do reparo, prolongando o problema em vez de resolvê-lo.

Como funciona a responsabilidade por reparos em imóveis mobiliados?

Quando o contrato envolve um imóvel mobiliado, a responsabilidade por reparos exige ainda mais atenção. Nesse caso, não se trata apenas da estrutura do imóvel, mas também de móveis e eletrodomésticos que acompanham a locação. Por isso, a vistoria inicial precisa ser extremamente detalhada, com registros sobre o estado de cada item, incluindo fotos e descrições claras.

A distinção entre uso normal e dano causado continua valendo. Um sofá que perde um pouco da cor com o tempo ou um eletrodoméstico que apresenta sinais de desgaste natural fazem parte da vida útil dos objetos. Já móveis riscados, quebrados ou eletrodomésticos danificados por mau uso são responsabilidade direta do inquilino.

Para evitar conflitos, o contrato deve conter cláusulas específicas sobre os móveis e equipamentos. Essa previsão protege tanto o locador, que tem garantias sobre seu patrimônio, quanto o locatário, que sabe exatamente até onde vai sua obrigação. Assim, a locação de imóveis mobiliados se torna mais transparente e segura para todos os envolvidos.

Dicas para evitar problemas com reparos no imóvel alugado

Boa parte dos conflitos envolvendo reparos poderia ser evitada com algumas práticas simples. A primeira delas é ler o contrato com atenção antes da assinatura. Muitos contratos já detalham as responsabilidades de locador e locatário, e conhecer esses pontos ajuda a evitar surpresas desagradáveis no futuro.

Outra medida essencial é registrar todas as condições iniciais do imóvel, incluindo fotos, vídeos e descrições detalhadas. Esses registros funcionam como prova em caso de divergência na devolução.

Durante a locação, a chave é manter uma comunicação transparente e documentada com a imobiliária ou proprietário. Relatar problemas rapidamente e de forma clara reduz a chance de que pequenos reparos se tornem grandes dores de cabeça.

Por fim, realizar manutenções preventivas — como limpar ralos, revisar torneiras e manter a pintura em bom estado — ajuda a preservar o imóvel e diminui os riscos de danos maiores.

FAQ – Reparos no imóvel alugado

Algumas dúvidas aparecem com frequência quando o assunto são reparos durante a locação. Reunimos as principais questões para esclarecer de forma rápida e objetiva.

Quem paga os reparos estruturais no imóvel?

Esses custos ficam a cargo do proprietário, já que ele deve manter o imóvel em condições de uso seguro.

E os pequenos consertos do dia a dia?

Troca de lâmpadas, conserto de torneiras ou ajustes simples são de responsabilidade do inquilino.

O que acontece se o inquilino causar danos?

Se houver mau uso ou descuido, o locatário deve arcar com os reparos e devolver o imóvel em bom estado.

Como evitar conflitos sobre reparos?

Com vistorias detalhadas de entrada e saída, registro em fotos e cláusulas claras no contrato.

Reparos em imóveis mobiliados seguem as mesmas regras?

Sim, mas é preciso cuidado extra com móveis e eletrodomésticos, detalhando o estado de cada item na vistoria inicial.

O que acontece em casos de infiltração ou vazamento?

Quando a causa é estrutural ou decorrente do tempo de uso, o reparo é responsabilidade do proprietário. Se for resultado de mau uso, cabe ao inquilino.

Desgaste natural precisa ser reparado pelo inquilino?

Não. A lei prevê que o locatário devolva o imóvel no estado em que recebeu, mas o desgaste natural pelo uso normal não deve ser considerado dano.

Reparos no imóvel exigem clareza e organização

Os conflitos sobre de quem é a responsabilidade por reparos no imóvel só acontecem quando falta clareza ou documentação. Quando cada parte entende seu papel e o contrato está bem definido, a locação flui de forma muito mais tranquila. Além da legislação, o bom senso e a comunicação constante são aliados poderosos para manter a relação entre locador e locatário saudável.

Vale lembrar que a transparência e o registro de informações reduzem incertezas e fortalecem a confiança, protegendo o patrimônio e evitando discussões desnecessárias.

Quer tornar esse processo ainda mais simples e seguro? Entre em contato e conheça o aplicativo de vistoria que facilita o registro detalhado e ajuda a prevenir conflitos.

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